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terça-feira, 9 de abril de 2024

O Gaivotão, Larus dominicanus, em Vitória.

 Larus dominicanus, conhecido como Gaivotão, ou Gaivota, é uma ave de grande porte, atingindo cerca de 58 cm de comprimento e é considerada como a única gaivota de maior porte com registros constantes no Brasil.

Em Vitória, ES, localizada na latitude de 20 graus sul, temos conhecimento de sua permanência há bastante tempo, porém, notamos que está aumentando sua população, sem que saibamos por ora, o motivo. Recentemente, observando aves na Ilha do Boi, contamos 16 indivíduos pousados nas pedras limícolas, junto com outras aves procurando alimentos.


Individuo jovem fotografado na Ilha do Boi recentemente.

O Gaivotão, aqui em Vitória, sempre o registramos nas áreas da baia de Vitória voltadas para o mar aberto. São frequentes nas cercanias do Porto de Tubarão, no canal da baia de Vitória e também sobrevoando a praia de Camburi.

São aves onívoras, alimentando-se de tudo que encontram à beira mar e seja comestível. Bicam e pesquisam restos de comida, peixes, invertebrados, plásticos, enfim tudo que encontram boiando na água ou nas praias. Caso algum individuo do bando consiga capturar um peixe, costumam tentar roubar o alimento da colega. Nota-se sua grande capacidade de adaptação, talvez essa grande plasticidade seja a chave para compreender sua expansão. Algumas entidades, inclusive, afirmam que esse Gaivotão está virando "praga" em muitos locais devido justamente ao aumento de sua população. Aqui, notamos um aumento mas ainda não observamos que esse aumento esteja prejudicando outras espécies.


Um individuo com a plumagem adulta, nesse mesmo dia, nas pedras da Ilha do Boi.










Pousam na água inspecionando detritos em suspensão que pareçam comida.






O Jovem inspecionando algo na água do mar.








Existem no Wiki Aves, alguns registros mais ao norte de Vitória, inclusive, até mesmo no interior do Brasil, longe do mar. Porém, são registros pontuais. Dessa forma, em termos de distribuição regular, acreditamos que Vitória seja mesmo o limite norte de sua distribuição.

Segundo o Wiki Aves "Essa espécie apresenta ampla distribuição geográfica no hemisfério sul, ocorrendo no Atlântico desde o estado do Espírito Santo (Brasil) até a Terra do Fogo (Argentina), ilhas Malvinas, Geórgia do Sul, Sandwich do Sul, Orcadas do Sul e Shetland do Sul, bem como no litoral pacífico da América do Sul, África e Nova Zelândia."

Ainda não foi registrada sua nidificação nas costas do ES, mas, tal fato parece ocorrer tendo em vista o grande numero de indivíduos jovens e imaturos que sempre encontramos em nossas observações. Lembrando ainda, que nas proximidades de Vitória a Guarapari,  existem muitas ilhas e ilhotas que podem ser aproveitadas por essa ave para nidificação.



Registros de Larus dominicanus no Brasil segundo o Wiki Aves. Retirado de: Mapa de registros da espécie gaivotão (Larus dominicanus) | Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil.

Notar a concentração dos registros na costa sul a partir do Espirito Santo.










Uma particularidade, tanto das gaivotas quanto de outras aves e animais marinhos, é a existência da glândula de sal, que ajuda essas aves a filtrarem a água do mar, expelindo o excesso de  sal por meio de abertura na narinas da ave. Essa abertura pode ser observada nas narinas da gaivota da primeira foto dessa página.








Agradecemos às pessoas que nos visitam: Muito Obrigado!!









sábado, 30 de março de 2024

Em Busca da CALYPTURA CRISTATA !

 INTRODUÇÃO

Transcrevemos abaixo um excelente artigo publicado no jornal O GLOBO do Rio de Janeiro em 24.03.2024.





Uma das aves mais raras do mundo, tietê-de-coroa não é visto desde 1996 e mobiliza expedição pela Mata Atlântica

Em novembro do ano passado, uma pesquisa identificou 104 espécimes em coleções de 47 museus, reforçando o fato de que pássaro era facilmente encontrado nas florestas fluminenses

Por Lucas Altino  em  O  GLOBO.

24/03/2024 04h30  Atualizado 24/03/2024

Um mistério ronda a Mata Atlântica há mais de um século. Desde 1890, o Calyptura cristata, mais conhecido como tietê-de-coroa, só foi avistado uma vez, em 1996. O sumiço do pequeno pássaro de menos de 10 centímetros lhe garantiu o posto de uma das aves mais raras do mundo e atiça o imaginário de ornitólogos do Brasil e exterior, arrebatados e movidos pelo enigma. Em novembro do ano passado, uma pesquisa identificou 104 espécimes empalhadas em coleções de 47 museus pela Europa e nos EUA, reforçando o fato de que o tietê era facilmente encontrado no século 19, nas florestas fluminenses.

Nos século 19, o Brasil era destino de muitos naturalistas estrangeiros, interessados em negócios com colecionadores de material da história natural. A fauna de aves brasileiras era um dos “mercados” mais aquecidos desse meio, e na época, as peles do tietê-de-coroa eram itens valiosos por serem encontrados apenas no Estado do Rio. Estufadas com algodão ou palha, as amostras dos pássaros tiveram como destino dezenas de museus e coleções particulares de magnatas, especialmente da Europa. Suas identificações traziam poucas informações, como localização precisa de origem, e o último registro é de 1890.


Por mais de 100 anos, o tietê não foi mais visto. Nos anos 1970, com os estudos sobre ecologia no Brasil, novos ornitólogos se dedicaram a buscas de aves “sumidas” da Mata Atlântica. Expedições começaram a ser planejadas mirando três espécies: formigueiro-de-cabeça-preta, saíra-apunhalada e tietê-de-coroa. Os dois primeiros foram encontrados respectivamente em 1987 e 1998, em Angra dos Reis e no Espírito Santo, e até hoje são monitorados.


Por acaso

Apenas o tietê foi visto uma única vez. Em um de seus passeios de rotina, o observador Ricardo Parrini se deparou com um par na região do Garrafão, na Serra dos Órgãos, na altura de Teresópolis.


— Ele chegou em casa e me ligou e então fui para lá no dia seguinte — conta o biólogo Fernando Pacheco, do Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico, coautor do estudo de novembro, e que se dedicava às buscas pelo pássaro na época. — Voltamos no ponto em grupos de três ou quatro pessoas por mais cinco dias. Infelizmente, poucos tinham máquinas fotográficas com a lente adequada para fotografar um pássaro tão pequeno na copa de uma árvore. No último dia levamos uma filmadora profissional, mas por alguns segundos não conseguimos registrar o que seria a única imagem do bicho vivo até hoje.


Além da tentativa de imagens, o grupo deixou o gravador ligado para registrar o canto do pássaro, mas também não houve sucesso. Hoje, mesmo com o crescimento da comunidade de observadores de aves, a ausência de foto e do canto do tietê é um obstáculo para que ele seja identificado. O fato de ele ser tão pequeno e ocupar copas de árvores grandes também dificulta. Nas décadas seguintes, houve relatos de aparições do tietê em Ubatuba (SP), mas estes foram desacreditados pelos ornitólogos devido à ausência de informações precisas.


— Isso acontece com todas aves desaparecidas e extintas. Sempre tem alguém que diz que encontrou em algum lugar. Fica como um folclore. Em muitos casos, a pessoa acredita de verdade ter visto, mas não há evidência concreta. Eu mesmo voltei ao Garrafão mais de 30 vezes depois e nunca mais encontrei — diz Pacheco, que acredita na hipótese de que uma doença tenha dizimado a população de tietês, além dos efeitos do desmatamento. — Tenho o lado otimista, que acha que ele pode ser encontrado. Mas também penso que há um exército de observadores equipados e ninguém foi capaz de fazer uma mísera imagem. Fico meio otimista e meio cético.

Acervo de museus

Por muito tempo, acreditava-se que o número de registros de espécimes empalhadas do tietê não passava dos 50 em museus internacionais. Ao lado dos ornitólogos Robson Silva, da Unesp, do suíço Manuel Schweizer e do inglês Guy Kirwan, Pacheco procurou centenas de museus mundo afora em busca dos registros. O resultado foi surpreendente, pois revelou uma quantidade maior do que se conhecia. Eles encontraram 104 espécimes, em 47 museus, a maioria na Alemanha, EUA, França, Reino Unido e Suíça, e um no Brasil.


— É chocante se dar conta que ela era bem mais comum no século 19 do que a gente imaginava. É difícil interpretar como algo tão comum tenha sumido, é um grande enigma — afirma Pacheco.


A descoberta reanimou especialistas e observadores que se dedicam à “busca pelo Santo Graal”, como define o ornitólogo Luciano Lima. Através do Observatório de Aves do Instituto Butantã, ele organizou duas expedições em 2016 e 2017. O tietê não foi encontrado, mas o grupo achou outras aves identificadas pelos mesmos naturalistas europeus que o coletaram no século 19. Agora, ele deseja organizar uma nova expedição.


Lima acredita que a aparição em Teresópolis, no “vértice úmido” da Serra dos Órgãos, tenha sido ocasional, e que seu ambiente seja na verdade as florestas do chamado “vértice seco”: as costas da serra, onde ficam Duas Barras, São José do Vale do Rio Preto e parte de Friburgo, cidades mais próximas do Vale do Paraíba, em que houve muito desmatamento por causa das plantações de café.


— Ele ainda aguarda ser descoberto — afirma o esperançoso Luciano Lima. — O Brasil é o país da biodiversidade e a história dessa ave é super emblemática, porque não é uma perdida no meio da Amazônia remota. É um bicho a uma hora e meia da capital, se ainda existir, mas pode estar habitando um fragmento de mata que não é protegida e sumir de vez a qualquer momento.










E, relembrando, apresentamos abaixo a pagina do jornal ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS  de Janeiro/Fevereiro de 2000. onde José Fernando Pacheco e Paulo Sergio Moreira da Fonseca, relatam a redescoberta da C alyptura cristata.


Agradecemos  às pessoas que nos visitam!

quinta-feira, 14 de março de 2024

Novo registro do Colhereiro para a baia de Vitória.

 O Colhereiro, Platalea ajaja é uma ave de grande porte, medindo comumente entre 68,5 a 86,5 cm (Wiki Aves). Distribui-se por quase todo o Brasil, sendo espécie muito conhecida, principalmente quando ajuda a compor os cartões postais de fotos do Pantanal. Além da bela cor rosada, um de seus distintivos é o formato de colher do bico. Daí o apelido. Esse formato de bico é muito utilizado pela ave ao "peneirar" águas e lamas das regiões onde habita, à procura de seu alimento, pequenos peixes, insetos, crustáceos, moluscos. Uma das razões da bela cor rosada da espécie é a presença das substancias chamadas de carotenoides, presentes em muitos dos pequenos animais de que se alimenta. 


Foto do Colhereiro, clicado agora dia 12-3-2024, no mangue final do Campus da UFES:


Lembramos que o primeiro registro dessa ave para o município de Vitória foi feita por nós, em 09.06.2013 conf. mostramos a seguir:


Dessa forma, ficamos muito felizes, por constatar que uma ave famosa, de grande tamanho e muito vistosa, está conseguindo manter sua população nas proximidades de um grande centro populoso. 






Ás pessoas que nos visitam, nossos sinceros agradecimentos!!


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Encontro de Bacuraus em Barra do Jucu, Vila Velha, ES.

Tivemos noticia do aparecimento de duas espécies de bacuraus, muito semelhantes no bairro de Barra do Jucu, municipio de Vila Velha, próximo a Vitória.

Já tínhamos a informação de que algumas vezes, essas duas espécies, o Bacurau norte americano, Chordeiles  minor, o o Bacurau de asa fina, Chordeiles acutipennis, algumas vezes, costumam abrigar-se no mesmo local, até mesmo na mesma árvore!

O local desse encontro foi a Praça Pedro Valadares, local muito frequentado em Barra do Jucu, arborizada e local muito visitado por muitas aves e também pessoas. Um dos moradores, ao nos ver fotografando os bacuraus, informou que esses bacuraus ficam o ano inteiro nessa pracinha.

Provavelmente ele se referia ao Bacurau de asa fina, que é residente no local, não é migratório e, certamente, deve povoar as arvores próximas durante o ano.

Notamos que o comportamento das duas aves era diferente. O Bacurau norte americano, que é migratório, o Chordeiles minor, ocupava uma árvore maior, com muitos troncos abertos e a ave ocupava de preferencia esses lugares abertos e facilmente visíveis.


O Bacurau norte americano parece não ter muita preocupação em se esconder e também estava há uma altura maior que o de asa fina.






Pesquisamos bastante na internet sobre as diferenças de plumagem dentre essas duas espécies. Segundo o Wiki Aves, essas diferenças são sutis, pois são aves muito semelhantes.

Uma das chaves de identificação é justamente a posição da mancha branca existente nas asas das duas espécies. No Norte americano,  essa mancha branca aproxima-se das primárias como podemos ver nessa foto da esquerda.


O individuo à esquerda, é o que reputamos ser o Bacurau de asa fina. 

A mancha branca da asa já está mais longe da primárias, aproximando-se da ponta da asa.

Observamos também uma maior tonalidade da cor marrom na plumagem.



Outra foto do Bacurau de asa fina. Nota-se uma maior riqueza de tons marrons claros e também a presença da mancha branca próxima à ponta da asa.






O Bacurau norte americano, C. minor ocupou sempre os locais mais altos e abertos da árvore, ao contrario de C. acutipennis que ficava mais baixo e mais discreto. Ficou evidente que separar duas espécies tão próximas é tarefa para especialistas mas nós como observadores de aves também podemos nossa contribuição sobre o comportamento dessas aves.


C. minor ocupou locais mais expostos da árvore, facilmente visualizados por nós.









Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!!










quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A Choca Listrada, Thamnophilus palliatus, dentro da cidade!

Thamnophilus palliatus, a Choca-listrada, é uma ave descrita na literatura ornitológica como habitante de bordas de florestas úmidas, clareiras em regeneração, áreas com emaranhados de cipós, capoeiras arbustivas e quintais (Wiki Aves). Essa ultima localidade possível, quintais, é a melhor explicação para nossos registros dessa ave, tão bonita e portadora de linda voz, que realmente gosta muito de se esconder nas brenhas das capoeiras, mas que logo ao ouvir seu chamado, responde rápido a fim de conhecer um possível companheiro ou talvez um intruso que adentrou seu território.

Este individuo, uma fêmea, ficou muito tempo parada, curiosa em saber de onde vinham os sons que lhe eram tão familiares.









Essa espécie é comum no ES, chegando mesmo a ter vários registros na capital. Trata-se de uma ave da família dos Thamnophilideos, insetívoras por excelência e que antigamente eram todas lançadas na família Formicariidae.

Vitória, a capital do Espirito Santo, possui muitos bairros arborizados, o que facilita muito a invasão dessas aves, tanto florestais quanto semi - florestais, o que parece ser a melhor classificação para essa choca. Muitos observadores de aves, iniciantes, costumam se entusiasmar com a beleza dessa ave e a elegem com orgulho como seu "primeiro lifer".

De nossa parte vemos com entusiasmo uma espécie como essa invadindo os quintais da cidade, povoando de beleza e musica nossos jardins.

Muito obrigado aos amigos e amigas que nos visitam!!

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Novo encontro com o Patinho de asa castanha.

 No  dia 8 de janeiro próximo, quando fizemos a ultima excursão às proximidades da Rebio Duas Bocas, tivemos também a oportunidade de chamar por  outra ave rara, nossa conhecida, habitante do lugar.

Trata-se do Patinho de asa castanha, ou Patinho gigante, o Platyrinchus leucoryphus. Assim como o Sabiá pimenta, Carpornis melanocephalus, esse patinho é nosso conhecido há muito tempo, desde 1987, quando acompanhamos o ornitólogo do COA/RJ, o Sr. Carlos Eduardo de Souza Carvalho, em uma visita à área de mata primária da reserva, na localidade de Alegre. Nessa ocasião, estava conosco também o Sr. Álvaro Ribeiro, saudoso fundador da Rebio Duas Bocas. Lembro-me que o Sr. Carlos Eduardo nos contou passagens das várias reuniões do COA do Rio de Janeiro que eram presenciadas por ninguém menos que o próprio Helmut Sick! Segundo Carlos, que era ou é medico,(perdemos seu contato!) o interesse do SICK nessas reuniões motivava-se porque queria espalhar os conhecimentos sobre nossa avifauna e incentivar os jovens a gostar de nossas aves, entendia que somente por meio do entusiasmo da juventude teríamos como preservar florestas e proteger nossas aves.

Na ocasião, não fotografávamos, e encontramos apenas um individuo do Patinho perdido na mata, o que demonstra que mesmo naquela época já era uma ave muito rara. Algumas espécies são, naturalmente raras e talvez a natureza desse Patinho seja essa: poucos indivíduos espalhados pela grande área da mata.


Platyrinchus leucoryphus fotografado em 08.1.2024 em área de mata secundária alta, nas proximidades da Rebio Duas Bocas, em Cariacica,ES.

Segundo a IUCN a ave é classificada como VU, vulnerável, o que significa que é ameaçada de extinção se seus últimos refúgios forem perturbados.

Em nossos registros dessa ave, ao ouvirmos seu chamado forte, de uma nota só é o momento de tentar aproxima-lo com algumas poucas chamadas do playback. Notamos porém que só se aproxima ao ouvir seu canto melodioso que algumas vezes é intercalado com as chamadas.

Sempre registramos apenas esse individuo, quase sempre nas proximidades de um córrego e nos mesmos locais. 

Sua distribuição alcança do ES (Em Cariacica e Santa Teresa), Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, sempre nas serras, a "cordilheira marítima do Brasil Oriental", mas, existe um registro de vocalização para Foz do Iguaçu no Paraná(?).





Registros do Patinho de asa castanha, segundo o Wiki Aves.: https://www.wikiaves.com.br/mapaRegistros_patinho-de-asa-castanha







OBRIGADO, pessoas amigas que nos visitam!!!


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Um ninho, com filhote, de Spizaetus ornatus, o Gavião de Penacho.

 O Gavião de penacho, Spizaetus ornatus é um rapinante de grande porte. Trata-se de uma de nossas águias de penacho, com comprimento de 58 a 67 centímetros, com a fêmea pesando cerca de 1,5 kg. (Wiki Aves). É um predador de topo da cadeia alimentar, capturando uma grande variedade de presas, desde aves grandes como araras e macucos até mamíferos como gambás e quatis. É uma das espécies mais ameaçadas de extinção, e, com exceção das águias maiores como a Harpia e a Águia cinzenta, pode se afirmar que certamente o gavião de penacho está quase na mesma situação de risco. Em nossas experiencias de observador de aves, durante muitos anos, em apenas três ocasiões tivemos oportunidade de registrar essa ave.

A última delas, ontem dia 10 de janeiro de 2024, quando descobrimos o filhote quase escondido no grande ninho de gravetos em uma arvore emergente da mata em Santa Teresa neste estado do Espirito Santo.

A grande emergente onde Spizaetus ornatus escolheu para colocar seu ninho.

Calculamos a distancia de onde nos encontrávamos em cerca de 2 a 3.000 metros. 

Para fotografar, um verdadeiro trabalho de sniper fotográfico.




Um crop para poder se localizar no ninho, feito de gravetos, no terço médio superior direito da árvore.







Com algum esforço conseguimos visualizar o filhote dentro do ninho.



Nessa fase do crescimento, o filhote apresenta a      cabeça e pescoço de cor branca suja, já com o esboço de um topete, também branco.










Nessa foto já é possível visualizar seu tope branco amarelado e algumas listras horizontais escuras no peito.





























Finalmente o filhote do Spizaetus mudou de posição e conseguimos fazer essa foto, ainda sem qualidade devido à grande distancia.

Esse filhote provavelmente deverá voar do ninho nos próximos 30 dias, pois conseguimos vê-lo movimentando bastante as asas como se já estivesse treinando para o grande dia quando alçará voo de sua maternidade.

Spizaetus ornatus é um grande gavião florestal que é mais exigente ecologicamente que seus congêneres, Gavião pega-macaco e Gavião -Pato, outras duas grandes águias florestais de nossa região.

Necessita de grandes áreas de florestas altas para habitar, não costuma fazer incursões aéreas exibitivas como o Gavião Pega Macaco ou caçadas aéreas como o Gavião -Pato. Isso passa ao observador uma impressão de muita raridade desse Gavião de Penacho! Além disso, seus hábitos são muito discretos. No caso de ninhos como esse que avistamos, é difícil surpreender a ave no ninho cuidando do filhote, pelo menos no estagio em que vimos. Esse gavião, quando nidificando, percorre a floresta por baixo das copas, e somente sobe para levar alimento ao filhote quando encontra a ave certa onde está o ninho.

Destaque muito importante a ressaltar, é que, talvez seja um de nossos mais belos gaviões, com o adulto possuindo as laterais da cabeça e o pescoço de cor castanha avermelhada. Sua distribuição de ocorrência abrange desde o México até a Argentina. No Brasil, em todos os estados com exceção da caatinga e do extremo sul.

A plumagem varia durante o crescimento da ave.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!